segunda-feira, 17 de maio de 2010

Virada Cultural 2010: Som e Fúria

É mais do mesmo falar das deficiências da Virada Cultural, em São Paulo. Não quero repetir a postagem do ano passado, mas lá vou eu escrever sobre o lixo excessivo nas ruas, e a falta de banheiros químicos pelo centro. Além disso, já é normal as paredes de lojas e prédios clássicos virarem mictórios. Alguns problemas foram resolvidos em relação à quinta edição do evento, como o aumento da estrutura do palco, o que melhorou a visualização do artista para quem está longe, ou o espaçamento entre os shows que acabou com o efeito “panela de pressão”. Infelizmente neste sexto ano houve uma morte de um menor de idade, esfaqueado na avenida São João. Reparei que a polícia estava presente nas principais esquinas, mas os homens da PM pareciam apáticos, como se fossem guias de rua. O centro da cidade na madrugada vive somente durante o evento, ou melhor, renasce das cinzas das pedras da cracolândia. O problema crônico do vício no craque parece sem solução. Ás 2 da manhã na rua Gusmões, o isqueiro continuava acendendo e apagando a alma dos pobres viciados, que se amontoavam na calçada como bichos entre cobertores e sujeira. É a fúria dos angustiados ao lado do som dos que não estão nem aí para esta situação. E eu sou um deles, já que faço parte dessa sociedade que nada faz para ajudá-los e nada faz pela revitalização do centro velho. A prefeitura estima que 4 milhões de pessoas frequentaram a Virada, o mesmo número do ano passado, porém parece que todo mundo resolveu se alimentar de hora em hora no mesmo momento. As filas para comer um simples sanduíche de procedência duvidosa eram enormes, e as barracas de pastéis (que constavam da programação) faziam os clientes quase saírem no tapa para encaminhar seu pedido. Algumas atividades como exposições, cinemas, dança e teatro também eram o inferno na Terra. Pelo menos a diversidade dos palcos, que trouxeram diversas tribos ao evento valeram muito a pena com o registro de poucas brigas. Assisti aos shows dos remanescentes do Buena Vista, Pablo Moses e Fully Fullwood no reggae, Living Colour e Big Brother (banda de Janis Joplin) no rock, mas meus destaques foram ás apresentações dos paraibanos do Cabruêra no palco independente e Booker T. Jones (soul-blues) na São João. Deixo abaixo dois vídeos com palhinhas dos eleitos. Ano que vem teremos mais do mesmo na Virada 2011, ou os artistas serão o destaque dessa vez? Com a sabedoria de quem foi a todas as edições, balanço a cabeça. A resposta é não.

Booker T. na avenida São João

Cabruêra na FIG
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2 comentários:

Alicia Marques disse...

Ahhh perdi a virada desse ano...parece q foi mto boa em! Tirando os problemas de sempre...

bjs

Unknown disse...

Virada foi mto boa..pena q perdi as atrações da madrugada..esse Booker é bom em!!

bjs