segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Alagados

No segundo dia de verão em São Paulo o guarda-chuva se tornou acessório indispensável, mas pouco eficaz devido ao volume de água que inundou até zonas sem histórico de alagamentos.

Temporais de fim de tarde nesta época do ano são normais, mas o que aconteceu hoje eu nunca tinha vivenciado.

Por volta de quatro da tarde estava tranquilo em casa quando começou a chuva que já era anunciada pelo céu escuro.

Quando abri a janela 1 hora e meia depois levei um susto. O quintal estava alagado e a água suja a poucos centímetros de invadir minha casa.

Moro no bairro do Brooklin em uma região próxima a avenida Luiz Carlos Berrine. Em dez anos não tinha visto nada igual.

Resolvi agir e perceber a extensão do que estava ocorrendo. Saí pela janela da sala, segurando na telha e pulei por cima da lage.

A praça que fica a frente de minha casa parecia uma grande piscina. Objetos, lixo e insetos eram levados pela correnteza e sumiam no final da rua.

Isso quando não adentravam as casas de vizinhos desesperados.

Não é pra menos. Quem vive "na pele" o ensaio do caos sabe a dificuldade e a preocupação que se aliam a ansiedade pelo término da chuva.

Demorou mais 30 minutos e o nível da água baixou. Ficou a lama e a sujeira como vestígios do que havia ocorrido.

Então começa a limpeza e o recolhimento do que foi perdido. Os moradores se lamentam e se ajudam num espírito de união que poucas vezes presenciei.

Com relatos de invasão das águas e de perdas por parte dos vizinhos, me senti com sorte de não ter minha casa invadida.

É bem verdade que faltou muito pouco, mas o degrau a frente da porta conteve a água suja em que baratas boiavam ao lado de um balde e uma pá de lixo.

Fiquei surpreso quando saí para dar uma volta com o cachorro e me deparei com dois carros sobre o gramado da praça.

A enxurrada os arrastou e a marca da sujeira na maçaneta denunciava até onde o nível da água chegou.

O que mais vi eram motoristas que retiravam água de seus carros. A região do Brooklin é cercada por edifícios comerciais e por possuir poucos estacionamentos as pessoas param seus veículos na rua mesmo.

Outra coisa que me chamou muito a atenção foi a quantidade de lixo que ficou jogada nas calçadas aos montes.





Esse é um dos problemas que contribuem para as enchentes.








Falta a conscientização das pessoas sobre as consequências de atos que parecem tão normais e simples nesta sociedade dinâmica.

Eu semprei gostei tanto de ler um livro ou de dormir com o barulho de chuva batendo na janela.

Uma sensação de paz interior se abatia contra mim. Agora não será mais assim. Follow Fabricio_blog on Twitter

2 comentários:

Anônimo disse...

A avenida Ibirapuera parecia um rio. Só os ônibus passavam. Fiquei impressionada. Imagina vocÊ que quase perdeu pertences com a chuva. Esse verão começou prometendo emoções..

Fabrício Amorim disse...

O noticiário mostrou que toda a cidade foi muito afetada pela chuva. Impressionados e assustados devem ter ficado os moradores e quem passava pela Avenida Roberto Marinho (sempre Espraiada para mim), que presenciaram três carros caindo dentro de um piscinão como se fossem botes caindo precipício abaixo.. Espero que São Pedro colabore com chuvas moderadas. Porque o calor pelo jeito promete.