terça-feira, 26 de janeiro de 2010

35 dias iguais

Parafraseando duas frases na postagem do dia 22 de dezembro de 2008, trago as seguintes palavras para hoje: “Eu sempre gostei tanto de ler um livro ou de dormir com o barulho de chuva batendo na janela. Uma sensação de paz interior se abatia contra mim. Agora não será mais assim”. Infelizmente eu estava correto. Pouco mais de um ano depois, o bom sono da madrugada foi interrompido pelas águas de um alagamento em meu bairro. Não desejo a experiência de ver a enchente invadindo sua casa para ninguém. Ás 3 da manhã, larguei o meu aconchego, e fui para a rua alagada esperando ter um pouco de sorte para que a água não subisse mais. Cada tempestade que castiga a cidade preocupa a população e toda  vez é a mesma situação à 35 dias. Ontem São Paulo completou mais um ano de vida e não há nada para comemorar. A cada aniversário, a cidade ganha uma pesquisa com números exorbitantes dos descontentes que, se pudessem, escolheriam outro lugar para morar. Todo dia 25 de janeiro é sempre a mesma coisa, já que as reportagens de destaque na mídia sublinham a tragédia urbana, o medo, a poluição, a falta de educação e os alagamentos que deixam à selva de concreto em pânico. Sou descontente com tudo isso, mas entro no grupo daqueles que odeiam amar São Paulo. É fato que esta é a cidade mais interessante do país, apesar de o poder público não estar à sua altura. De um lado, há uma metrópole repleta de oportunidades. Do outro, políticos que a veem apenas como trampolim. Como creio que recordar é viver, o momento é propício para terminar esta postagem ‘com o pé na água’, lembrando mais uma frase antiga que deve ser atualizada: “Quem vive ‘na pele’ o ensaio do caos sabe a dificuldade e a preocupação que se aliam a ansiedade pelo término da chuva”. Ficou claro que o ensaio acabou. Agora é pra valer.
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2 comentários:

Fernanda Baccarat disse...

Infelizmente é muito triste a realidade paulistana durante esses tempos de chuva.A quantidade de pessoas desabrigadas, ou que até mesmo perderam as suas próprias vidas, "acordando" com uma tonelada de terra sobre suas cabeças.Falta de planejamento, moradias em locais de risco e irregularidades, percebemos diariamente; e quanto as causas, os culpados, aí a história vai longe...mas digo que passa perto da prefeitura, subprefeituras e de Brasília, é claro!!
Mas confesso que também faço parte deste time que "odeia amar São Paulo", não tem como negar as coisas positivas que esta cidade pode oferecer aos seus moradores.

Estão ótimas as postagens!!!
Ah!E Parabéns, hoje é o dia do Jornalista!!

Unknown disse...

Entrou água na sua casa? Nossa meu...que tensão largar tudo a Deus dará. A situação da cidade só piora, mas tb odeio amar a megalópole. Resta torcer para a chuva parar, e fazer o voto valer no fim do ano!!!

bjs