quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Primórdios do cinema


No final do século 19, uma máquina com a possibilidade de captar imagens em movimento e reproduzi-las através de um projetor foi inventada por Leon Bouly, em 1892, porém o francês não patenteou sua invenção. Assim, em 1895, os irmãos Lumiére, registraram o cinematógrafo e por isso são considerados os pais da sétima arte. A produção cinematográfica dos irmãos foi baseada em curtas-metragens, onde a câmera era posicionada para captar o que estava ocorrendo naquele momento. A intenção dos irmãos Lumiére com esses pequenos filmes, era promover a novidade e testar o seu potencial comercial. O objetivo estético e artístico ainda não existia. O filme consta apenas de um plano, em perspectiva diagonal. As limitações do recém inaugurado cinematógrafo, permitiam somente gravar registros de acontecimentos como a chegada de um trem, a saída dos funcionários de uma indústria, etc. O cinema nasceu, começou a registrar imagens, momentos e nunca foi totalmente mudo.

A incorporação da música nas exibições de filmes intensificava a impressão de realidade do filme. A música surgiu para “cobrir” as imagens e acompanha-las com a apresentação de um pianista ou orquestra, dependendo do tamanho da sala de exibição. Não se tinha a preocupação do diretor de estabelecer um vínculo na narrativa dos filmes. No início, esse acompanhamento era feito através de uma seleção musical extraída do repertório tradicional, com ênfase nas músicas do período romântico. Essa seleção era feita pelos músicos responsáveis pela sala de exibição. Em muitos casos, a músicas eram apreciadas na íntegra, sem o cuidado de buscar uma correspondência direta com aquilo que era visto na tela. Este período do cinema pode ser caracterizado como a primeira fase do cinema mudo. No começo do século 20, o cinema expandiu-se, a partir de então por toda a França, resto da Europa e Estados Unidos, através de cinegrafistas enviados pelos irmãos Lumière, para captar imagens de vários países.

Logo depois, nas duas primeiras décadas do século XX, o diretor americano David W. Griffith, realizou o filme “O nascimento de uma nação” que contou com inovações técnicas importantes. O americano foi considerado o grande responsável pelo desenvolvimento e pela consolidação da linguagem do cinema como arte independente. Griffith foi o primeiro a criar filmes em que a montagem e os movimentos de câmera eram empregados com maestria e, com isso, estabeleceu os parâmetros do fazer cinematográfico dali em diante. O filme foi lançado em 1915, e
é creditado por garantir o futuro dos longas-metragens.

O nascimento de uma nação foi pioneiro em técnicas como o close-up facial, a focalização profunda, efeitos, técnicas artísticas e a introdução de algo próximo ao leitmotiv (motivo condutor). O filme pode ser classificado na segunda fase do cinema, onde a principal característica está no fato de que os realizadores de cinema começam a se interessar pelo acompanhamento musical de seus filmes. Para o nascimento de uma nação, foi composta uma partitura original por Joseph Carl Briel, e outra foi adaptada por ele, sob a rigorosa supervisão de Griffith. A música é constituída por temas do repertório orquestral e temas tradicionais do sul dos Estados Unidos, estabelecendo uma associação entre o som e a imagem e fazendo-se perceber a importância da música na narrativa fílmica. O ponto a ser ressaltado na produção deste filme, é que Griffith sabia exatamente o que queria realizando um trabalho cuidadoso e genial.
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