Escrever sobre os bastidores do futebol é andar em terreno arenoso e requer passos cuidadosos, ainda mais quando se trata de mudar o calendário nacional. O Brasil vai na direção contrária das datas mundiais e por isso o governo federal resolveu intervir na CBF com propostas de mudanças. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva com o da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, em reunião em Brasília, discutiram como frear o êxodo de atletas do país e a possibilidade de reestruturação financeira dos clubes. A partir daí, a CBF e o Ministério do Esporte farão um estudo que trará um diagnóstico sobre o futebol nacional. Com o calendário atual, os atletas saem do país, principalmente, no meio do Brasileiro, quando a Europa contrata. A Confederação não se comprometeu a uma mudança - que alteraria a temporada brasileira começando em agosto e com término em junho - porque Teixeira sabe que existe confronto de interesses. Há uma resistência clara: a TV Globo, dona dos direitos do Brasileiro e de todos os campeonatos importantes do país. Seus executivos sempre se manifestaram contra a mudança por representar prejuízos financeiros para eles. A emissora em nota disse: "Não traz qualquer benefício aos clubes ou aos campeonatos disputados no país, além de descaracterizar a temporada brasileira, que termina nas férias de verão, como na Europa. Vai apenas adiar o problema da transferência de jogadores de julho/agosto para janeiro". Creio que a rede Globo não se importa nem um pouco com o torcedor, porque fica claro que os jogadores serão mantidos na temporada, valerão mais, além de termos um campeonato de credibilidade, respeitado, com melhor qualidade, fora o fator de pagar-se mais pelo pay-per-view e pela publicidade. Espero que a mudança no calendário seja mais discutida e não engavetada em alguma gaveta dos porões da CBF.


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