quarta-feira, 3 de junho de 2009

Entre terra, entulhos e sonhos

O rapper Sabotage, criado nos becos do Brooklin se destacou no hip hop da virada do século. Ele foi assassinado em 2003. Desapareceu antes do bairro em que cresceu também desaparesse entre terra, entulhos e sonhos. A favela do Jardim Edite, na esquina da avenida Jornalista Roberto Marinho com a Engenheiro Luiz Carlos Berrini, a poucos metros da ponte Estaiada, será urbanizada com a construção de prédios populares. Já falei do assunto em duas postagens, inclusive uma ilustra o “destaque” deste blog. A prefeitura também tem a intenção de remover outras favelas na antiga e sempre Espraiada, como Piolho e Canão. Assim a prefeitura retira os moradores de favelas da regiões consideradas nobres. O exemplo do Jardim Edite é claro e não deixa dúvidas. De acordo com a reportagem do jornal Folha de São Paulo, Cotidiano (18/5), serão 278 familías beneficiadas, dentre as 854 que viviam na antiga favela. Os apartamentos terão 48 m2 -o padrão da Cohab é 42 m2. Um dos blocos, do total de sete, terá até elevador. Cada apartamento deve custar de R$ 65 mil a R$ 70 mil, já incluída a infraestrutura do local. Os novos moradores devem pagar por volta de R$ 300 mensais, fora luz e condomínio. Enquanto isso, as pessoas que aguardam a construção dos prédios, recebem um bolsa-aluguel de R$ 500. A licitação para a obra deve ser lançada em dois meses e o conjunto deve ser concluído em meados de 2010. O grande jogo de interesses que envolve a região, coloca o lado mais fraco em desvantagem. Acredito que muitas pessoas não terão condições financeiras de voltar a residir no mesmo local. Dentro de alguns anos, não duvido nada que os apartamentos sirvam de moradia para empregados dos prédios envidraçados no entorno. O Brooklin como Sabotage conheceu já deixa saudades.




Vídeo feito e editado por Fabrício Amorim
Música de Sabotage - No Brooklin


Fontes:
Folha de são Paulo
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3 comentários:

Alicia Marques disse...

Muito legal o vídeo e a postagem. Acho que alguns moradores da favela não terão mesmo condições de bancar os predios. Kassab foi pressionado pelo Ministerio Publico, e vai manter o pessoal lá, mas agora vem o troco dele..

Unknown disse...

Assunto polêmico..gostei bastante da postagem que esta no destaque..deu para entender legal todo o cenário que envolve o tema. Vamos ver no que dá..

Anônimo disse...

Sobreviventes smos nós que moramos perto da finada favela, graças a Deus ela foi embora e espero que nunca construam ali moradias, pois seria um vergonha para São Paulo.