As atuais disputas entre equipes de Fórmula 1, não empolgam, não emocionam. E isso não vem de agora. Converso com muitos fãs da categoria e muitos encontram-se desiludidos há um bom tempo. A hegemonia de Shumacher pode ter ajudado. Talvez a falta de um brasileiro que assuma a condição de ídolo na categoria fizesse a diferença para mudar essa situação. Eu não perco uma corrida (que seja em um horário decente), desde que comecei a acompanhar o campeonato ano a ano. Tenho saudades do começo dos 90, e das memoráveis e acirradas “brigas” entre pilotos. Quando era criança, morei por uns tempos próximo ao autódromo de Interlagos. O domingo de Fórmula Um, na cidade de São Paulo, era uma celebração a velocidade. Foi nessa época que aprendi a gostar da categoria, acordando cedo com o barulho dos roncos dos motores. E porque não acompanhar na televisão o que dava para ouvir tão claramente? Não tinha jeito! Virar mais um grande admirador do nosso maior piloto em toda a história era questão de tempo. E foi mais rápido que uma volta completa em qualquer circuito do mundo. Tínhamos um grande ídolo atrás do volante. Ayrton Senna representava a garra, a luta e a perseverança que o brasileiro contém e que se identifica no dia-a-dia, mas lembrar dele, requer refrescar a memória recordando seu principal rival, Alain Prost.
Depois de anos de intrigas, farpas, batidas e desavenças, o clima entre Senna e Prost nunca foi o dos melhores, porém ambos sabiam da importância de um para a carreira do outro. Me recordo de uma gravação para a TV francesa, em 1994 (ano em que Prost se aposentou). Ayrton narrou uma volta do treino livre de dentro do carro, e deu um recado ao ex-piloto francês, que estava na cabine como comentarista.
- Um alô especial para um velho amigo: estamos sentindo sua falta aqui, Alain. – comentou o brasileiro, emocionando o tetracampeão mundial.
Pouco depois disso, Senna entrou definitivamente para a história e virou o mito que todos sempre vão admirar. E os encontros e desencontros com Alain Prost pelas pistas do planeta ficaram na memória de todos os que acompanharam seus duelos. Momentos que, certamente, o francês, e os brasileiros jamais esquecerão. Hoje fazem 15 anos desde o trágico Grande Prêmio de San Marino. Me lembro exatamente onde estava quando recebi a triste notícia. Foi difícil, mas gosto de lembrar de Senna de outro jeito. A bandeira quadriculada era um momento especial. Por um momento o tempo para com boas recordações. Faça o seu parar também:
sexta-feira, 1 de maio de 2009
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