Há 14 anos atrás, ainda me lembro do dia em que vi um clipe do Nirvana pela primeira vez. Foi a noite, em um programa que estava passando antes da atração principal que esperava, Beavis & Butt Head.
Era um clipe diferente, que não fazia muito sentido. Nem imaginava a letra que aquele vocalista loiro com cara de louco cantava. Ou gritava. A imagem da televisão era péssima. Sintonizava a MTV no canal 32, UHF. Mas apesar das imperfeições dava para assistir.
Descobrindo ao final do clipe o nome daquela banda, procurei assistir mais a programação da MTV. Virei fã de Nirvana e estava com a porta aberta para sons similares.
Em 95 comecei minha coleção de discos de bandas de Seattle. A partir daí, o Grunge dominou minha adolescência com bandas como Pearl Jam, Alice in Chains, Mudhoney, e minha favorita Nirvana, como já ficou claro
O tempo passou, algumas bandas acabaram e me recuso a envelhecer. E o Mudhoney também.
A banda faz um repertório misturando o novo disco com clássicos, sem que os ouvidos percebam a diferença.
Em apresentação nesta sexta,17, no Clash Club em São Paulo, Mark Arm(vocalista e guitarrista), Steve Turner (guitarra) , Dan Peters (bateria) e Guy Madison (baixo), mostraram que continuam com a mesma potência e vitalidade de 20 anos atrás.
O Mudhoney subiu ao palco ás dez da noite com o lugar praticamente lotado e começou o show com "The money will roll right in" . Seguiram com músicas novas como "I'm Now" e "The Lucky Ones e apresentaram clássicos como "Into the Drink, Touch me i'm sick"
Os destaques que me fizeram suar a camisa foram "Suck you dry" e como já era para se esperar, "Hate the Police" trouxe a casa abaixo, com quase todos os presentes se batendo e gritando junto com Mark Arm.
Não sei dizer quantas pessoas passaram por cima de minha cabeça. Em alguns momentos lembrei de Seattle, onde os clubes abrigavam as bandas grunges. Mas voltei a realidade com
as palavras de Mark Arm na metade so show:
"Vocês estão passando por cima da cabeça das pessoas, se jogando, caindo muitas vezes no chão e se machucando. Quero pedir para pararem com isso. Não estamos em Seattle. Isto não é mais 1992".
A reação do público assim como a minha foi de risadas e aplausos. Mas com "Here comes Sickness" logo em seguida, a festa grunge continuou do mesmo jeito.
Com um show impecável e de atitude, todos os presentes saíram satisfeitos. Quem imaginou ou afirmou que o grunge morreu, ontem iria mudar de idéia.
Eu mudei!
2 comentários:
Não morreu mas respira por aparelhos!! ME fala outra banda grunge na ativa..
Todo movimento passa por uma ascenção e queda. O que sobra depois são fãs e algumas bandas que conseguiram passar por todas as turbulências que a massificação proporciona. Não foi o caso do Mudhoney e talvez eles sejam iguais por este motivo. O grunge talvez não tenha nada novo a ser acrescentado com bandas novas, mas nem por isso irá morrer. Sempre teremos fãs como eu e vc pra manter vivo algo que nos influenciou notavelmente um dia ou até hoje.
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